Finalmente a tão aguardada entrevista com Thomen, depois de deixar o gostinho dela em nossa página do facebook...HaHaHa, teve gente que se me visse na rua me batia por isso :x.
Enfim, os créditos da tradução dessa entrevista vai para a minha amiga Mônica Pinheiro, a mais nova colaboradora do BGBrasil, e minha futura professora de inglês. =D
Agradeçam a ela pela excelente tradução.
Enfim, segue abaixo a entrevista com o Mestre Thomen
Blind Guardian
Brasil:
Thomen, eu quis fazer
algo que todos aqui no Brasil pudesse participar, então deixei aberto algumas
perguntas que os seus fãs aqui do Brasil gostariam muito de saber, eles
enviaram as perguntas para mim, e eu completei a nossa entrevista com elas e
com o nome de seus autores.
Primeiramente quero
agradecer a oportunidade de estar fazendo essa entrevista contigo, para mim é
uma grande honra e é a realização de um sonho estar fazendo ela agora,
obrigado.
Thomen:
Por
nada ! Obrigado a você! È bom saber que ainda gente no Brasil que curte minhas
atividades. Vocês são demais! :-)
Blind Guardian
Brasil:
Agora vamos a
entrevista:
Primeiramente,
gostaria de perguntar sobre a sua carreira, se está feliz com o seu trabalho
atual e sua carreira pós Blind Guardian.
Thomen:
Eu diria que tenho duas respostas:
1.)
É bom poder fazer o que quiser, apesar de nunca ter quisto deixar pra trás os
bons tempos com o Blind Guardian ! Tivemos momentos bons, divertidos,
stressantes, mas de sucesso e acima de tudo momentos que me deram grande
experiência como musico e como baterista. Todo meu conhecimento sobre musica
veio quando comecei a tocar bateria, desenvolvido ao longo de 20 anos de
carreira como baterista e membro fundador do Blind Guardian. Tivemos bons e
maus momentos, turnês de sucesso e grandes álbuns. Não há o que falar de minha
carreira nesse período. A decisão de abandonar a banda antes do lançamento de
‘A Twist in the Myth’ foi naquele
momento a coisa certa para mim e para a banda, porque passávamos por diferenças
profissionais e pessoais. Tenho que
admitir que mais tarde com o lançamento de At the Edge of time eu teria ficado
feliz em participar novamente, mas a direção musical por parte da ATITM não era
a que eu preferiria apesar de não ser a única razão de minha saída, Houveram
muitas razões que me levaram à decisão de deixar o grupo. Triste, mas sensato e
necessário naquele momento.
2.)
Claro que não é fácil para mim reconhecer o quanto é difícil começar uma nova
carreira com uma nova banda. Muitas coisas mudaram na cena musical desde
então. Muitas bandas lançam seus
trabalhos de forma independente, já que a maior parte dos selos não quer mais
assumir os riscos de investir na carreira de uma banda com o possível atraso de
retorno financeiro. A maior parte não investe nada mesmo! Os
maiores selos contratam bandas que foram bem sucedidas em selos menores, que
não tem tanto dinheiro como os selos maiores, mas que assumiram os riscos... Se
as bandas alcançam certo nível de sucesso os selos maiores as incorporam para
que o negócio seja lucrativo e de rápido
retorno para a empresa. Isso é realmente
chato. O que mais ouço de bandas novas talentosas é que os selos oferecem cada
vez mais contratos de 360 graus o que significa que os selos exigem uma parte de
tudo aquilo ganho pelas bandas, sejam shows, marketing ou qualquer outra fonte!
Realmente não posso, não irei aceitar isso ! Não
tem como ! Prefiro trabalhar com manutenção de telhados de novo antes de
assinar um contrato desse tipo que só teria sentido, em minha humilde opinião, se
fosse para alimentar outras bocas, além de valorizar o trabalho mental e braçal
da banda, que provavelmente levou meses ou anos para concluí-lo. Essa situação provavelmente não irá mudar até
que as bandas parem de assinar qualquer pedaço de papel que diga: contrato
entre “...”&”...” só para mais tarde dizerem: finalmente assinamos um
contrato com “...” Queridos amigos e bandas, por favor tenham cuidado e pensem
duas vezes sobre o que assinar ou não ! É melhor consultar um advogado com
conhecimento sobre leis contratuais antes de assinar qualquer coisa. O valor
pago ao advogado será muito menor que a quantidade perdida com um contrato de
banda. ;-)
Blind Guardian
Brasil:
Gostaria de saber se
hoje você ainda conversa bastante com o Hansi, Andre e Marcus, se continuam em
contato, se costumam sair.
Thomen:
Claro, ainda temos um
bom relacionamento! Uma vez ou outra
visito os caras no estúdio para uma conversa rápida e algumas xícaras de café. Lógico, não é mais a mesma coisa como era
quando ainda tocávamos juntos, mas é como encontrar velhos amigos para conversar
sobre o passado e o futuro. Se Charlie Bauerfeind esta la deixo ele longe do
seu trabalho porque eu falo, falo. Falo, hahahahah ! :-D
Mas sair para uma cerveja por exemplo, seria demais. Já estamos velhos
! J Não,
estou brincando, não é bem assim, mesmo quando eu ainda estava na banda não
saiamos muito, já que todos tínhamos nossas vidas particulares. Seria muito
simples passar o resto do tempo com os membros da banda. Não esqueça que
periodicamente estávamos no estúdio e por quase 2 anos em turnê, para cada álbum
! Isso já era mais que suficiente!
Pergunta de Gustavo
Cursino:
Thomen, como surgiu a
idéia de montar o Savage Circus, gostaria de saber um pouco mais, pois sou um
grande fã, e é uma banda que eu admiro muito.
Thomen:
Eu curti muito, velhos amigos, Jens e Emil do Persuader e
um novo guitarrista, Thorsten ‘Toto’ Hain (que substituiu Piet na guitarra)
trabalhando juntos de novo comigo no Savage Circus ! Toto e eu trabalhamos duro
em material para as novas musicas, enquanto Jens e Emil ainda trabalhavam em
lançamento do Persuader. Esse trabalho levou muito tempo, mas esta quase pronto,
e eles podem se concentrar mais no Savage Circus. Entretanto nossas vidas
mudaram de muitas maneiras desde o lançamento do Savage Circus em 2006. Alguns de nós temos um emprego normal
paralelo às nossas atividades musicais que possa alimentar nossas famílias. É
obvio que isso demanda muito tempo das nossas atividades musicais e além desses
empregos normais, nossas famílias também precisam de um mínimo de atenção. Não
é fácil combinar todas essas atividades e essa é a razão pela qual o Savage
Circus ainda esta trabalhando no material de seu terceiro trabalho e ainda vai
levar um bom tempo. Eu por minha vez,
não acredito em um lançamento antes do outono/inverno de 2014 (segundo semestre
de 2014, nota do tradutor). Sabemos que nossos fãs estão ansiosos por um novo
trabalho, mas eu penso que é melhor um lançamento mais tarde com grandes
musicas que lançar agora com canções ruins.
Sobre as musicas, ainda estamos trabalhando nas letras, mas duas delas
podem ser ‘Black as the Forest’ uma balada bem triste e depressiva e uma rápida
e muito melódica chamada ‘The everlasting Circle’ que provavelmente pode ser o
titulo do álbum. No geral temos uma musica pronta totalmente e
mais duas quase prontas e trabalhando em 4 ou 5 outras que precisam ainda de
muita atenção.
Pergunta de Paula
Nindë :
Thomen, qual foi a
melhor realização da sua vida dentro da música até o momento?
Gostaria de saber
também, se o fato de você ter feito parte de uma grande banda como o Blind
Guardian faz as pessoas esperarem que você sempre fale a respeito do que eles
estão fazendo, se esperam que você sempre dê alguma opinião.
Thomen:
Minha maior realização certamente foi ter tocado com o
Blind Guardian e ter feito um trabalho com os antigos companheiros que tornou o
Blind o sucesso que é hoje em dia. Tocamos em festivais como o Wacken Open Air
para quase 70.000 pessoas e constantemente esgotávamos shows e turnês desde o
lançamento de ‘Imaginations from the other side’. Em 1992 alcançamos mais
status no Japão que na Alemanha. ‘Somewhere far beyond’ alcançou o primeiro
lugar nas paradas japonesas e a tour (que assumimos para o Black Sabbath por
terem que cancelar seus shows) esgotou. Tocamos em alguns dos maiores teatros
do Japão, como o NHK & Koseinenkin Hall (onde o Judas Priest gravou seu
álbum Unleashed
in the East) naquele tempo o Judas Priest era minha banda favorita e o
Unleashed meu álbum favorito deles. Agora você imagina que tudo isso foi a
realização de um sonho pra mim e para a banda ! ;-) Acho que dormimos de 20 a 30 horas durante os 11
dias no Japão. :-D Sobre
a sua pergunta, digo que ás vezes as pessoas esperam de mim uma opinião sobre o
Blind, mas não sempre. Há algumas pessoas que me perguntam sobre o novo
trabalho deles, mas o que mais perguntam é porque deixei a banda em 2005.
Pergunta de Moises Dias:
Thomen, o que você
acha do atual baterista do Blind Guardian, o Frederik? Na sua opinião, ele é
tão bom quanto você?
Thomen:
Frederick é um grande baterista, sem duvida alguma ! Fred
estudou bateria, que eu saiba e ele pode escrever em notas musicais, tudo
aquilo que toca. Eu diria que há somente uma diferença entre nós, eu costumo
tocar com o coração e com a alma e tento sentir e tocar as musicas com minhas
habilidades como baterista, mas Fred toca mais tecnicamente. Ele certamente é melhor que eu tecnicamente. Hummm, é difícil explicar. :-/ Tudo que posso dizer é que os fãs do Blind me retornam que eu tocava com muito mais
intensidade e paixão. De qualquer forma,
pessoalmente falando acho que Fred faz um grande trabalho no BG e acho que as
pessoas deveriam respeitar isso. Uma coisa é certa ... Fred
é um grande baterista e um cara muito legal … E o melhor baterista vai sempre
estar na visão do expectador! J
Pergunta de Renan
Virginio:
Thomen, sobre o seu
novo projeto, o Stranded Guns, poderia nos falar mais um pouco sobre ele? Pois
nós tivemos pouquíssimas informações a respeito, e estamos muito curiosos e
ansiosos para escutar e saber mais.
Thomen:
Claro que posso dizer algo sobre meu novo bebe J Mas antes de qualquer coisa vou postar aqui
informações sobre a banda, que são quase tudo que eu poderia falar sobre
Stranded Guns no momento.
[-Stranded Guns é uma
banda nova de rock de NRW, Alemanha,
fundada no início de 2013 por Thomas ‘Thomen’ Stauch na bateria (ex-Blind
Guardian, Savage Circus, Coldseed) e Michael C. Kent (multi instrumentista
produtor de todo o trabalho) nos vocais e guitarra. Thomen e Michael se
tornaram amigos no início dos anos 80 por causa de sua grande devoção pela
musica do ‘KISS’ ! As idéias sobre a criação do Stranded Guns apareceram quando
Michael e Thomen cruzaram seus caminhos na primavera de 2013. Seu amor ao velho rock-n-roll dos anos 80 e
sua velha amizade trouxeram à tona a idéia de unir forças para criar uma banda com um rock puro, melódico que
trouxesse de volta a atmosfera dos anos 80 produzida dentro de um conceito
moderno. Os caras queriam compor de forma divertida, tocando e gravando sua
musicas sem restrições, apesar de ser certo encontrar algo novo nas musicas,
como por exemplo som orquestral ou qualquer outra coisa. É isso o que a banda propõe.
Michael e Thomen escreveram e gravaram 5 musicas pré-produziram
4 até agora. Enquanto compõe as musicas que faltam para o álbum de estréia ‘Time
Machine’, Thomen e Michael já estão em contato com músicos que completem o time
para as apresentações. Stranded Guns não
é um ‘projeto’, é uma banda, cuja intenção é expandir o prazer que sentem com
sua musica aos ouvintes. Essa
é a ideia! Let´s rock!-]
Mais tarde começamos a tratar com os selos, então vamos
ver o que o que acontece nas próximas semanas ou meses. ;-) Estou bem confiante
que escolheremos a empresa certa para o Stranded Guns. É incrível como as pessoas reagem de forma
positiva à banda, apesar de não Power ou speed metal, que era o que as pessoas
estavam acostumadas a ouvir. Isso nos
mostra que ainda há muitas pessoas pelo mundo que buscam pela musica clássico
dos anos 80, como Kiss, Foreigner, Survivor, Ásia, Bon Jovi, Aerosmith entre outros,
que foram sucesso e ainda são. Isso é um bom sinal para nós ! J
Gostaria de saber
também, qual foi o álbum que você mais gostou de gravar com o Blind Guardian,
para você qual é o show mais memorável para você até hoje, que será
inesquecível, e quais as lembranças que você tem dos shows que fez com o Blind
Guardian aqui no Brasil.
Thomen:
A gravação de Nightfall in Middle_Earth foi um momento
muito criativo para mim, porque compus a maior parte da bateria enquanto
gravava no estúdio. Em cada canção apareciam
novas idéias que eu experimentava e o resultada agradava muito a banda. Mas no geral todos os álbuns tiveram seu encanto. Um
dos shows mais incríveis foi o Wacken 2002 com quase 70.000 pessoas nos
assistindo, um entre tantos outros. Todos
os shows tem seus momentos especiais, então fica difícil escolher algum dos
melhores. Cada país é de um jeito, assim como os fãs ! Mas lembro dos fãs
brasileiros como pessoas de coração quente quando você os encontra nas ruas,
mas nos shows do Blind se esqueciam completamente de si mesmos para se
concentrarem nas musicas, cantando quase toda a letra muito, muito alto ! Isso
me impressionou muito ! Eu adoro a America Latina como um todo ! O único
problema com o Brasil é que vocês falam português ao invés de espanhol e eu
falo um pouco de espanhol. Hahahaha. E vocês falam o português do Brasil, que é
difícil demais para mim! :-D :-D A única
coisa que eu lembro é que quando eu comprava um coco no Brasil eu tinha que
dizer: ‘Eu quero mais barato ! ‘ Hahahahahahaha.
Pergunta de Aline
Koball:
Thomen, qual sua
opinião sobre o álbum “At The Edge of Time” do Blind Guardian? Gostou de alguma
faixa em particular?
Thomen:
‘At The
Edge of Time’ é um grande album ! Em especial por terem usado orquestras
reais no projeto ! Depois de ‘ A Twist in the Myth’ finalmente um grande álbum
de novo. Minhas musicas favoritas são ‘Sacred Worlds’, ‘Curse my Name’ e em
especial ‘A Voice in The Dark’ !
Gostaria de saber
também, quais bandas você anda escutando no momento, e quais as suas
influências musicais para compor.
Thomen:
Essa pergunta é muito difícil, eu ouço muitas bandas de
diferentes estilos! No momento estou
curtindo bandas antigas como Genesis, Journey, Marilion, Queen, etc, e sobre as
mais recentes estou curtindo At the Edge of Time do Blind, Kamelot, Iced Earth,
Avantasia. Mas a maior parte do tempo trabalho em material para minhas novas
bandas, então não tenho muito tempo para ouvir muita coisa. :-) Minhas
influencias na bateria certamente são Simon Philips (Toto, Mike Oldfield, Judas
Priest) por sua pegada melódica e em especial por sua técnica, Scott
Rockenfield (Queensryche) por sua pegada progressiva fantástica, Lars Ulrich
(Metálica no início, pelo estilo único) e Phil Collins, por sua bateria
melódica e ritmos Agradáveis.
Pergunta de Fernando J. :
Thomen, se você fosse transformar um livro em música, qual livro seria?
Thomen:
Eu não gosto muito de ler! Sou mais fã de um bom filme !
Então se fosse o caso de escrever musicas a prtir de um livro, eu estaria
perdido ! Hahahaha ! Eu preferiria escrever o tema de um filme, ou escreveria
minha própria historia para tema de letra de uma musica. ;-)
Marlon:
Obrigado Mestre Thomen, por esta incrível entrevista, te admiro muito. =)
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Tradução e Revisão: Mônica Pinheiro
Tradução e Revisão: Mônica Pinheiro